Surdez na Infância: Causas, Prevenção e o Papel do Otorrino
- Ana Laura Vargas

- 10 de set.
- 3 min de leitura

Surdez na Infância: Causas, Prevenção e o Papel do Otorrino. A audição é essencial para o desenvolvimento da fala, da linguagem e da socialização das crianças. Quando há algum grau de perda auditiva na infância, todo esse processo pode ser prejudicado, impactando a aprendizagem e a comunicação. Por isso, identificar precocemente sinais de surdez é fundamental para garantir um desenvolvimento saudável e a qualidade de vida da criança.
O que é a surdez na infância?
A surdez na infância é a perda parcial ou total da audição que pode estar presente desde o nascimento (congênita) ou surgir ao longo dos primeiros anos de vida (adquirida). Essa perda auditiva pode variar de leve a profunda e afetar diretamente a forma como a criança percebe os sons e desenvolve a fala.
Quais são as principais causas?
A perda auditiva infantil pode ser provocada por diferentes fatores. Entre os mais comuns estão:
- Causas congênitas: malformações do ouvido, síndromes genéticas, infecções durante a gestação (como rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus).
- Infecções de ouvido: otites de repetição podem causar perda auditiva temporária ou permanente se não tratadas adequadamente.
- Uso de medicamentos ototóxicos: alguns antibióticos e tratamentos podem afetar o ouvido interno.
- Exposição a sons muito altos: música em volume excessivo ou brinquedos barulhentos podem prejudicar a audição da criança.
- Doenças adquiridas: meningite e outras infecções podem comprometer a audição.
Quais são os sinais de alerta?
Alguns comportamentos podem indicar dificuldades auditivas em crianças, como:
- Não reagir a sons fortes ou não se assustar com barulhos;
- Demorar a começar a falar ou ter fala inadequada para a idade;
- Assistir TV ou ouvir música em volume muito alto;
- Dificuldade para entender ordens simples;
- Falta de atenção na escola ou baixo rendimento escolar;
- Ficar muito isolada ou evitar a interação com outras crianças.
Se esses sinais forem percebidos, é importante buscar avaliação médica.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser realizado pelo otorrinolaringologista, que poderá solicitar exames específicos como a audiometria infantil, a Impedanciometria, o BERA e o teste da orelhinha (realizado principalmente em recém-nascidos) , dependendo da idade da criança. Esses testes permitem identificar o grau e o tipo de perda auditiva, orientando o tratamento adequado.
Quais são os tratamentos disponíveis?
O tratamento da surdez na infância depende da causa e do grau da perda auditiva. Entre as opções estão:
- Tratamento de infecções e obstruções: antibióticos, drenagem de secreções e cirurgias como adenoidectomia ou colocação de tubos de ventilação.
- Aparelhos auditivos: indicados para perdas leves a moderadas.
- Implante coclear: indicado para perdas severas ou profundas quando os aparelhos não são suficientes.
- Terapia fonoaudiológica: fundamental para estimular o desenvolvimento da fala e da linguagem.
Em todos os casos, o acompanhamento regular com o otorrinolaringologista é indispensável.
Como prevenir a surdez infantil?
Alguns cuidados podem ajudar a reduzir o risco de perda auditiva em crianças:
- Garantir a realização do teste da orelhinha logo após o nascimento;
- Tratar adequadamente otites e outras infecções de ouvido;
- Evitar a exposição da criança a sons muito altos;
- Acompanhar gestantes para prevenir infecções que possam afetar o bebê;
- Realizar check-ups auditivos periódicos, principalmente em crianças com histórico familiar de surdez.
Conclusão
A surdez na infância é um problema que pode trazer impactos significativos para o desenvolvimento da criança, mas quando diagnosticada precocemente, pode ser tratada com sucesso. O otorrinolaringologista é o especialista indicado para investigar, diagnosticar e orientar o tratamento, garantindo que a criança tenha melhores condições de se desenvolver plenamente.
Se houver qualquer dúvida em relação à audição do seu filho, procure um otorrinolaringologista para uma avaliação detalhada. O cuidado precoce pode fazer toda a diferença no futuro da criança.
Atenciosamente,
Ana Laura Vargas
Médica Otorrinolaringologista e Acupunturiatra



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